"Falar é uma necessidade, escutar é uma arte." - Goethe


Eu digo: Escrever é uma terapia. Ler o que escrevo é uma insanidade.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Coisas de Coração.

Li uma frase no Twitter de uma amiga, que dizia o seguinte: “Amizade pós-relacionamento é prêmio de consolação”.
Esta frase resumiu os meus sentimentos quanto a esta questão. Me soa assim também. “Fulana, você é muito legal, eu gosto de você, prefiro a sua amizade, não te quero!” E as desculpas para esse não querer são inúmeras e, muitas vezes, ridículas!
Gostaria muito de ser superior, de encarar o término com naturalidade e achar normal uma amizade instantânea. Mas, sinceramente, acho que isso só acontece quando há filhos envolvidos (e há controvérsias) ou quando nenhum dois dos deseja continuar o relacionamento – o que é raro.
É difícil você se desapegar da pessoa. Principalmente, quando somos rejeitados. O ser humano não está preparado para isto. E as vezes que nós terminamos e temos o mesmo comportamento: vamos ser amigos? Só que quando muda de lado, o negócio muda. Somos assim, fazemos com os outros, mas não gostamos quando fazem conosco. Quando nós não gostamos, fica mais fácil ter esta atitude. É por isso que temos que aprender a ter desapego, gostando ou não!
Li em uma revista espiritualista que o correto é cultuar a amizade, mas prefiro à distância. Não desejo o mal, muito pelo contrário, desejo que seja feliz, só que longe de mim. Neste livro dizia que deveríamos preparar o namorado (a) para outros (as) e que se ele tivesse que ser seu, seria. Só que isso é complicado!
Venho tentando pensar e agir assim... Tem dias que me parece que consegui, mas no fundo, no fundo, a tal frase acima ecoa lá dentro...
Quero pensar e agir com essa percepção espiritualista. Se desapegar e saber que o outro passou. Querer a felicidade do outro estando próximo a ela.
Acredito que isso só seja possível quando enxergarmos aquilo que realmente queremos. Às vezes, muitas vezes, nos apegamos a pessoas que nem admiramos tanto assim, mas estamos com ela por fatores extra - amor verdadeiro. Por ego, por desejo, por falta de estima, por conveniência, sei lá. Só que isso é difícil. Quando gostamos, ficamos cegos e mesmo esta pessoa nos fazendo mal, nos prendemos a ela como se não restasse mais ninguém no mundo. Isto só pode ser falta de confiança em nós mesmos e em Deus.
Há uma passagem da bíblia, Primeira Epístola aos Coríntios, que diz o seguinte:
“O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor nunca falha”.
A partir daí, percebo que não entendemos de amor. Por que se entendêssemos saberíamos que a pessoa que estamos nos envolvendo é ou não a pessoa certa. Não sendo a certa, não nos magoaríamos com o término e não sentiríamos raiva ou até desprezo pela pessoa. E aí, não encararíamos a amizade pós-término como prêmio de consolação. Este deve ser o nosso pensamento. Se mesmo nos doando, amando, a pessoa terminou é porque não era amor!!! Parece simples, porém é complicado!! A pessoa que termina e quer a amizade, já sabe que nos somos para ela. Temos que aprender é a ter a mesma atitude, mas sem nos sentirmos inferiores ou superiores. Só tendo a certeza de que não era para ser. E para isto, só pode ser através da crença em nós mesmos e em Deus. Descobrir o que é o amor verdadeiro e delinear aquilo que realmente queremos para nós. Acho que no dia que todo mundo conseguir isto, os sofrimentos amorosos irão se dissipar. Será que me fiz compreender????????
Sinceramente, depois de toda essa lengalenga, devemos buscar esses sentimentos nobres, por mais difíceis que possam parecer. Acredito que só assim seremos realmente felizes!!!
Para terminar, concluo com uma frase de Antoine de Saint – Exupéry, do famoso livro
“ O Pequeno Príncipe” que diz assim:
"Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, pois cada pessoa é única
e nenhuma substitui outra.
Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, mas não vai só
nem nos deixa sós.
Leva um pouco de nós mesmos,
deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito,
mas há os que não levam nada.
Essa é a maior responsabilidade de nossa vida,
e a prova de que duas almas
não se encontram ao acaso. "

Devemos fazer a nossa parte, deixar sempre o melhor de nós com o outro, mesmo que seja para prepará-lo (a) para outro (a) até que nos apareça aquele ou aquela que fique em nossas vidas até o fim dela.

Um comentário:

  1. Só para constar, a intolerante e neurótica citada é a pessoa que vos "fala". Amizade pós relacionamento é crueldade, é egoísmo. Nunca que os amigos-ex-amantes são superiores, eles são, na verdade, a maldade, às vezes inocente, em forma de gente.
    PS: O texto ficou ótimo, sua linda.

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